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domingo, 13 de maio de 2012

Dia das Mães: duas histórias de superação no esportes



Neste domingo se celebra o Dia das Mães. E para lembrar a data, a Folhade Votorantim contou a história duas histórias de superação, vividas por  duas mulheres de fibra, raça e tenacidade no esporte. Uma, experiente, com mais de 60 anos, Margarida de Brito, que contra os “tabus” dos que apregoam as dificuldades na prática esportiva aos sexagenários, segue firme no esporte, correndo e fazendo provas longas. Uma mãe de cinco filhos e sete netos que  corre mais de dez quilômetros por dia e tem no seu currículo, invejáveis dez provas da tradicional São Silvestre.
Falamos também com outra “super-campeã” do atletismo de Votorantim. Tatiane Mota, uma das maiores atletas da história da cidade, mesmo com apenas 27 anos, e oito títulos de Jogos Regionais, uma das cinco melhores atletas do estado no lançamento do dardo. Mas que enfrentou e venceu o maior desafio em sua história, que foi uma gravidez quase impossível e que gerou a pequena “Maria Eduarda”, a maior conquista de sua vida.


Margarida, “super-mãe” -  já encarou dez São Silvestre

Orgulho dos filhos e netos, com uma história bonita de vida, além de  um nome que marcou por si só  a história do atletismo da cidade por sua persistência e exemplo na prática esportiva. Essa é a votorantinense Margarida de Brito, atleta, hoje com 62 anos, e que que ainda corre quase que diariamente mais de dez quilômetros por dia e tem a marca impressionante de correr dez São Silvestres.
“O esporte mudou minha vida para melhor, desde que eu comecei há mais de 20 anos, e sempre me proporcionou saúde, longevidade e muita vida”, conta a atleta e mãe de cinco filhos - Silvana, Célio, Selma, Celso e Suzana -, além de sete netos.
Sozinha - A atleta, e hoje servidora pública Margarida, recorda que há duas décadas, atrás queria fazer academia mas não tinha tempo, daí, mesmo sem treinador nem nada decidiu que ia correr. “Foi uma decisão difícil, mas tomei coragem e fui à luta e tentei correr de minha casa (no Parque Bela Vista), até onde é hoje o Carrefour e peguei gosto e não parei mais”, recorda.
Primeira prova e a primeira SS - Treinando todos os dias, naquela época, para participar da primeira prova, meados da década de 80, também foi um desafio. “Tinha vergonha, por ser quarentona, de pedir para participar da Corrida de São João e dizia que quem ia participar era minha filha. Aí falei com Metrô (funcionário da Sespol), e no fim disse que era eu na verdade que queria correr e o sim, dele me incentivou e participei daqueles primeiros quatro quilômetros oficiais. E ganhei a prova no veterano”, conta com orgulho.
Incentivo fundamental - Margarida conta que naquela mesmo prova recebeu outro “baita” incentivo. “Depois da prova, uma senhora de bengala (outra atleta), me perguntou se eu participava da São Silvestre e disse que não, que não era para mim, imagine correr 15 quilômetros em São Paulo! Aí ela disse que eu podia e deveria. Aquilo mexeu comigo e aceitei o desafio”, lembra a atleta.
“Comecei a aumentar o treino e ao invés de cinco, passei a treinar 15 quilômetros, indo e voltando de Votorantim a Sorocaba e consegui completar bem a prova. Foi um orgulho pra mim e não parei mais”, disse a atleta que tem dez participações na famosa corrida.


Tergat, seu ídolo - Margarida tem como exemplo no esporte o queniano Paul Tergat, cinco vezes ganhador da São Silvestre, campeão mundial de cross country prata duas vezes  nos 10 mil metros dos Jogos Olimpicos. “Eu ficava muito emocionada quando via ele correr pertinho da gente durante a São Silvestre. A gente que corre lá observava o esforço e o sofrimento de um atleta para correr aqueles 15 quilômetros”,   falou Margarida.



Mamães, pratiquem esportes -  A “maezona” e hoje avó, Margarida  recomenda às mamães neste seu dia que pratiquem esportes. “O esporte faz bem para todas nós que temos um dia muito agitado e onde somos muito cobradas. Nos tira o stresse e alivia das coisas e preocupações ruins do dia a dia. Além de ser muito bom para nossa saúde. Eu mesma, além de correr mais de dez quilômetros por dia, ainda pratico capoeira, que me ajuda nas tarefas do dia a dia”, recomenta a votorantnense que de vez em quando corre mais de 20 quilômetros.
Recado para as mães - E por fim, Margarida falou da data deste domingo: “Ser mãe é um dom de Deus. Temos uma responsabilidade muito grande em ser exemplo para nossos filhos e netos e precisamos ser fortes em todas as situações. E além do dom, o esporte nos ajuda nisso. Um feliz Dia das Mães”, finalizou Margarida de Brito.





Octacampeã dos Regionais supera  dificuldades e é mãe pela primeira vez




Sem dúvida ela uma das maiores atletas da história do esporte de Votorantim e região, embora tenha sido muitas vezes contestada por causa do seu temperamento forte e de personalidade. Se dentro das pistas de atletismo, no entanto Tatiane Graciele Dias de Oliveira Mota, hoje com 27 anos, não ficou devendo a ninguém e obteve números impressionantes.
Tati Mota foi oito vezes medalha de ouro e uma das cinco melhores do estado e do país no lançamento do dardo, com uma das melhores marcas do esporte e dona de uma marca das mais respeitadas, mais de 39 metros, obtida com o ouro em Itatiba no início de 2000. Mas conseguir realizar o sonho do maternidade foi o maior desafio vencido por essa desta super-campeã , maior que os obstáculos nas pistas , como uma tendinite  ou epicondilite (inflamação dos tendões do cotovelo, atingindo em especial, os músculos extensores do punho e dos dedos. E hoje o maior “troféu” é a pequena e saudável Maria Eduarda, hoje com dois meses.
Dificuldades à vista - Tati Mota, hoje casada com Rodrigo,  conta que segundo os médicos, teria muitas dificuldades em engravidar pois os exames mostraram que ela tinha parte da trompas destruídas quee apenas o lado direito teria alguma chance de receber e desenvolver o embrião. “Era uma situação muito dificil. Tive pelo menos cinco tentativas de gravidez (psicológica), e estava  ficando desanimada, além do útero ser pequeno. Ou seja, era quase impossível eu gerar um filho”, explicou a atleta.


Até que, segundo a campeã, umo “milagre” aconteceu. Numa das últimas tentativas há cerca de sete a oito meses, recebeu a grande notícia. “Estava no laboratório em Votorantim quando a atendente, depois de ouvir a minha situação, começou a chorar ao ver o resultado. Eu estava grávida, apesar de tudo. Foi um verdadeiro milagre, chorei muito e daí passei a entender e me aproximar de Deus”, conta a atleta.
Mas a batalha da atleta e da filha Maria Eduarda, pela vida, só estava começando. “Com três meses de gravidez, houve descolamento da placenta e passei praticamente seis meses de cama, quase sem poder levantar. Foi uma luta e contamos nesses momentos com a oração e o apoio de muita gente”, detalhou Tati Mota.
Esforço que valeu a pena - Mas todo esse esforço foi recompensado e às 14h do dia 13 de março deste ano, veio ao mundo a pequena Maria Eduarda com 2,815 quilos e muito saudável. “Foi muito sofrimento, mas valeu a pena. Ela é uma dádiva, uma benção, o maior troféu que Deus podia me dar e por ela agradeço e ele todos os dias”.


Esporte ajudou - Os mais de dez anos no esporte (começou aos 15 anos com apoio professor Luiz Alberto de Camargo),  explicou a atleta, ajudaram muito nessa gravidez. “E acho que vale para todas as mulheres que engravidam. O esporte, fisicamente é muito bom pois da mais resistência para nós suportarmos as dificuldades de uma gravidez onde nosso corpo é levado à uma exigência muito grande, nossa coluna sofre muito. Recomendo que as mulheres, grávidas ou não façam esporte, ainda que seja uma hidroginástica”, disse a campeã.






A filha em primeiro lugar - Desestimulada pela falta de apoio que teve há alguns anos atrás, Mota desistiu de competir por Votorantim (apesar de que fisicamente até poderia faze-lo depois de um período de recuperação pós gravidez). “Mas agora não penso nisso. Só na minha filha, em dar uma condição boa de vida para ela. Aprendi no esporte e nestas dificuldades que precisamos ter responsabilidade, e agora principalmente para cuidar da minha Maria Eduarda e dar a ela um futuro melhor”. (R.O.)









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